quarta-feira, 3 de novembro de 2010

8-Dízimo: o que é isso?

Eis um dos maiores desafios do ser humano: compreender aquilo que é difícil, mais ainda, compreender aquilo que não deseja compreender, e que é regido por uma lógica particularmente estranha ao olhar comum. O que não deixa de ser um padrão do conhecimento, pois poucas pessoas acham algum sentido e muito menos ainda, disposição, para se estudar coisas como vetores, integrais, derivadas, algorítmos automodelantes, notações hexadecimais, fluxogramas inteligentes, fractais, caos e turbulência e etc...
Num embate certo dia com um crente quando eu não era crente, recebi a seguinte resposta como argumento sobre o dízimo:

José S. I.:
"você vai pra uma balada, gasta 50, 100 reais, quatro vezes por mês no mínimo, e se diverte e fica feliz. Porque eu não posso fazer o mesmo em um lugar onde eu me sinto bem?"

Uma resposta prática


Esta resposta inicial calou a minha boca pelo menos no sentido prático da coisa. Gosto não se discute, e ponto final. Mesmo porque as empresas de bebidas alcoólicas, de cigarros e outros produtos da noite estão basicamente interessadas no que dá dinheiro, não no que as pessoas querem ou no que é bom pra sociedade (quem dera fosse....). Sendo assim, caso a igreja fosse uma instituição interesseira, qual seria a diferença entre o proprietário de um pub e o pastor dessa mesma igreja? Nenhuma. Ambos estariam vivenciando uma crença, gostando ou não daquilo, que se chama trabalho, e as pessoas "alienadas" estariam indo ali para deixar seu dinheiro, acreditando que devem por diversas razões sociais, intelectuais e mesmos espirituais, fazer aquilo. Só para citar, bebida destilada em inglês se diz spirit.
Então, se você é do tipo que acha absurdo o pastor pedir dinheiro porque ele vai usar pra alguma coisa dele mesmo, e que o dono da balada é menos hipócrita que o pastor saiba que isso é uma ilusão conveniente: do seu ponto de vista, ambos seriam enroladores, e você prefere acreditar num que assume isso só porque dá mais dinheiro que "não assumir" e principalmente, e basicamente, porque as pessoas ao seu redor vão te questionar se você escolher o segundo. Então nesse caso, você não tem autonomia intelectual nem de conduta ou atitude: é maria vai com as outras.

Uma razão espiritual

Entretanto, uma vez que se admite a existência de Deus e da veracidade da Bíblia, sendo Deus onipresente, onisciente e onipotente, eterno e perfeito, passa a ser necessário que se desenvolva as consequências desses axiomas. E não vamos discutir aqui esses axiomas, já que não se prova que Deus existe, mas se vivencia.
É interessante como as pessoas acreditam que Deus é milagroso em aspectos medicinais, em livramentos de acidentes, nos bons momentos onde "a harmonia está linda e vibrando nos conformes". Mas, é estranho como para muita gente, é dissociada a idéia de que Quem criou tudo, só esteja interferindo nesses assuntos. Inicialmente, vamos citar uma frase de Cristo:

João 10
O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.
Observe bem e jamais se esqueça disso: a palavra de Cristo nunca é a favor da pobreza, da miséria, da mendicância e da não-prosperidade, mas muito pelo contrário - isso não deve ser confundido com idolatria ao dinheiro, que é outra história ("quão difícil é para um rico entrar no reino de Deus, mais fácil seria passar um camelo por um buraco de uma agulha - ah, camelo é também o mesmo que peça de tecido, fazenda, naquele tempo - e não necessariamente o bicho) .
Pois bem, se devemos confiar em Deus e em seu filho, Cristo, em tantos aspectos, porque não confiaríamos em nossa dimensão financeira? Já que devemos aceitar que esse universo financeiro não é "coisa do capeta" como alguns desinformados pregam, mas um horizonte como todos os outros aspectos humanos: sedutor, passível de queda, de vício, de idolatria, de corrupção e de desvio moral. E, como poderia o homem ajudar os outros, se nem a si mesmo pode? Se nem em Deus confia sua vida financeira, como poderia pregar sobre a prosperidade (e portanto, felicidade, bênçãos - vide a história de Jó e suas provações, e as suas bênçãos mas se não aguentar ler tudo leia o começo e o final pelo menos...). O verdadeiro testemunho de vida de um crente, é ter prosperidade, saúde e felicidade, servindo a Deus, ajudando o próximo, e com seu exemplo (tirando a trave do seu olho antes de tirar o cisco do olho do outro) poder ajudar os outros a serem felizes - e por isso precisa e deve ser um especialista em ser feliz.

Para o crente verdadeiro, tudo é de Deus, e somos apenas instrumentos passageiros para que a modelagem espiritual seja feita, e isso é acima do plano de fundo da atual realidade. Então ninguém dá o dízimo, mas o devolve simbolicamente, em fração, inicialmente não para Deus, pois ele não precisa de dinheiro. Mas para demonstrar confiança ao seu criador. E se tem algo que dói na carne e nas crenças é dar dinheiro sem ter fé... ô coisa difícil...

Em segundo lugar, numa visão prática, e então essa abordagem fica simpática a muita gente: se a Igreja é uma instituição filantrópica, e queremos um mundo melhor, vamos ajudar! Pois se o Estado a mantém, há polêmica. Se alguém a mantém, dizem que há interesse. Então existe uma coisa chamada Estatuto que cada igreja possui, discriminando legalmente o que é da instituição, o que é do pastor e o que é de seja lá quem for. Sendo assim, esse dinheiro que é dado à instituição, para sua manutenção, deve auxiliar para que o mundo não caia na carnificina de uma raça egoísta, competitiva e canibal. O que seria muito pior. Já que trabalha a favor da modelagem moral e da paz, e portanto, da justiça também - que é o trabalho de um dos três principais braços Estatais - o Judiciário, e todo o conhecimento clássico e contemporâneo em torno do tema.


Cícero:
Prefiro a paz mais injusta à mais justa das guerras.
Esta é uma visão prática, para não reclamarem do discurso aqui desenvolvido. Porém, a visão evangélica além de já prever também o lado prático, foca principalmente o lado espiritual que é, afinal de contas, a razão disso tudo. Ainda que a riqueza seja sedutora e perigosa, ela é o mecanismo de ajuda e de evolução, de felicidade, de saúde e "refrigério para a alma" direta ou indiretamente. E não é a riqueza que é ruim, mas o uso que fazem dela e portanto, o homem, ou seu indutor, o "ladrão".

O dízimo e a ciência

É óbvio aqui que até agora não foram apresentados argumentos que justifiquem o dízimo por um viés técnico ou "científico". Pergunta: após pesquisas e tanta conversa desenvolvida, seria a neurolinguística uma ciência? Pois bem, eis o que é dito em 

Malaquias 3:10
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
Porque não se deve ver Deus como um homem com riqueza limitada, medindo suas doações: mas como dono do infinito, do possível e do impossível. Encher a vida de alguém com riquezas, apenas para que ela seja veículo de sua presença, como testemunho, é para ele um sopro.

Mas voltemos, porque nessa hora o ateu e o cientista cético já estão extremamente incomodados: qual a implicação prática disso tudo? É simples e muito mais eficiente que Nova Era (sic). Neurolinguística mais crença absoluta: a mente, ou o comportamento, ou a predisposição, ou seja lá o que for, induzem o resultado. Se você se propõe a doar o dízimo acreditando que vai ter os celeiros recompensados, transbordando, então terá. Mas se você não acredita, não faz sentido tentar mesmo. É como emagrecer, para uma pessoa obesa: se acha impossível, então é mesmo.

Henry Ford
Se você acha que pode, você está certo, se você acha que não pode, você também está certo.








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